domingo, 27 de março de 2011

Ambiente, Agricultura e Crise

Acerca da "hora do planeta" (26 de Março), um dos promotores do evento referiu, que entre vários cuidados que devemos ter, para preservarmos o planeta, era necessário dar preferência ao consumo de produtos locais. Faz todo o sentido, pois evita-se a emissão de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, com o transporte desses produtos. Na minha opinião,  e dada a dimensão de Portugal, deveria-se dar preferência a produtos nacionais.
Mas não nos podemos esquecer que, quem controla a venda de produtos agrícolas, são as grandes cadeias de super-mercados. Isto fez-me lembrar a campanha de colheita do pêssego do ano passado (2010).
Em plena campanha, na Cova da Beira, os hiper’s locais tinham … pêssego de Espanha! (do outro lado de Espanha, a muitos km). Pêssego que chegava a Portugal, após muita emissão de dióxido de carbono. Para além da poluição, acresce que, os produtores locais tiveram alguma dificuldade de escoamento, ficando cada vez mais descapitalizados.
Os consumidores nem davam conta do que estavam a comprar e lá entregavam € que, em parte, iria para Espanha. Assim, o país vai ficando cada vez mais endividado, pois as divisas saem do país.
Os hiper's, ou melhor quem é responsável pelo marketing, gostam de fazer campanhas no Natal para mostrar que são solidários com alguns grupos carenciados. Mas poderiam fazer muito mais. Bastava comprar produtos agrícolas nacionais. Assim, permitiam a manutenção de muitos postos de trabalho, consequentemente mais pessoas a contribuírem para o erário público, menor poluição em transportes e menor endividamento nacional.
Parece simples... mas porque será que continuam a pisar nos agricultores nacionais? Dá-lhes mais poder? Infelizmente, grande parte dos consumidores é muito pouco exigente.

1 comentário:

  1. Não sei se lhes dá mais poder... É bem possível que sim...
    O Mundo tende para uma globalização em que os mais fracos serão sempre pisados pelos mais fortes, em que os pequenos serão pisados pelos grandes, em que o indivíduo perde a favor do grupo.

    Os grandes grupos comerciais do nosso país têm a "faca e o queijo" na mão.

    E eu ponho a questão: quando deixar de haver quem produza o "queijo", alguém comprará alguma coisa?
    Quando o sector PRIMÁRIO, que tem o nome que tem por ser o essencial à vida humana, estiver totalmente descapitalizado, estiver destruído, o que faremos? Compraremos tudo aos de fora? A que preço? Com que qualidade? Em que condições?

    Confesso que cada vez mais detesto os grandes grupos. Claro que ainda faço compras neles, mas cada vez mais procuro o pequeno comércio, a loja de bairro, e quando compro nessas grandes superfícies, tento, dentro do possível, comprar produtos nacionais. E já saí muitas vezes de alguns deles de mãos vazias por não encontrar a versão nacional do que quero. E também já reclamei precisamente por não encontrar...

    Sim, devemos impulsionar o que é nosso. Sim, devemos ser mais exigentes, como consumidores.
    Como seres sociais, como seres humanos.

    Bom texto.
    Continua.
    :)

    ResponderEliminar