Acerca da "hora do planeta" (26 de Março), um dos promotores do evento referiu, que entre vários cuidados que devemos ter, para preservarmos o planeta, era necessário dar preferência ao consumo de produtos locais. Faz todo o sentido, pois evita-se a emissão de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, com o transporte desses produtos. Na minha opinião, e dada a dimensão de Portugal, deveria-se dar preferência a produtos nacionais.
Mas não nos podemos esquecer que, quem controla a venda de produtos agrícolas, são as grandes cadeias de super-mercados. Isto fez-me lembrar a campanha de colheita do pêssego do ano passado (2010).
Em plena campanha, na Cova da Beira, os hiper’s locais tinham … pêssego de Espanha! (do outro lado de Espanha, a muitos km). Pêssego que chegava a Portugal, após muita emissão de dióxido de carbono. Para além da poluição, acresce que, os produtores locais tiveram alguma dificuldade de escoamento, ficando cada vez mais descapitalizados.
Os consumidores nem davam conta do que estavam a comprar e lá entregavam € que, em parte, iria para Espanha. Assim, o país vai ficando cada vez mais endividado, pois as divisas saem do país.
Os hiper's, ou melhor quem é responsável pelo marketing, gostam de fazer campanhas no Natal para mostrar que são solidários com alguns grupos carenciados. Mas poderiam fazer muito mais. Bastava comprar produtos agrícolas nacionais. Assim, permitiam a manutenção de muitos postos de trabalho, consequentemente mais pessoas a contribuírem para o erário público, menor poluição em transportes e menor endividamento nacional.
Parece simples... mas porque será que continuam a pisar nos agricultores nacionais? Dá-lhes mais poder? Infelizmente, grande parte dos consumidores é muito pouco exigente.